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sábado, 15 de agosto de 2009

A Eira-------eirô PN2007

A eira era normalmente o terreno adjacente ou próximo da casa do lavrador (eirinha e eirado), espaço destinado às malhadas e às secagens dos cereais. Espaço livre entre o quinteiro e o resto do quintal, onde é montado o palheiro da palha do centeio, aveia, cevada e azevém e as medas da palha milha, assim como o espigueiro. Esta palavra vem do latim “area” = espaço livre, lugar para trilhar, pátio, como eirado (areatu).
Uma casa de lavrador sem eira e sem espigueiro era casa de cabaneiro. Sempre a eira foi o local mais soalheiro, não só local bom para as ditas malhadas e secagens de cereais, mas também para as crianças brincarem. Mesmo que não chova no Nabal haja sol na Eira, isto é, a eira tem de ser lugar exposto ao sol para os seus fins. A eira era também lugar de encontro para o trabalho, para o diálogo, funcionava muitas vezes como a sala de visitas da casa, ou ante-câmara da casa do lavrador, assim como acontecia outras vezese noutros locais com o quinteiro
Daí haver ainda topónimos como a Quinta da Eira, a Casa da Eira, a Casa da Eira Longa. Havia também a eira de pedra, ou sobre penedos, assim como a eira Vedra. Aparece mais tarde a eira de cimento.
O espigueiro era o sequeiro, normalmente no alto sobre uma base ou colunas de modo a evitar a subida de ratos da terra para não irem aos cereais.
O espigueiro toma várias formas conforme as regiões. São diferentes os espigueiros do Minho e os da Galiza. Os da Serra d’Arga e os de Viana. Os de Soajo e os de Lindoso.
Fogem muitas vezes, os mais ancestrais, como os da Serra, às regras de segurança que os arquitectos estudam hoje, mas que indo lá, vêem com os seus próprios olhos como se mantêm de séculos para séculos em pé com outras regras e de pedra.
Normalmente era comprido, bem arejado por todos os lados e coberto para que não entrasse a chuva, mas apenas o vento.
Havia casas altas, com dois pisos que às vezes juntavam à casa o sequeiro. Conheço um exemplar deste género, mas tenho uma vaga ideia de que já vi outros casos semelhantes, sobretudo na Galiza. A.Viana

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