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terça-feira, 19 de dezembro de 2017

O CULTIVO DO MILHO


O CULTIVO DO MILHO

Em março começa para o lavrador o trabalho de semear o milho. Este era a fonte o fundamental da alimentação do agricultor
O milho é uma planta bonita desde a sementeira ao seu crescimento até dar o fruto, ser cortado e ser comido.
Então o lavrador prepara os bois ou as vacas, o arado, e com uma junta puxando o arado em terreno lento abre sulcos para um lado e lança (a leiva).
Quando o terreno é duro ou é uma área grande em vez de uma junta de bois, aprontam 2 ou 3 juntas de animais (era aquilo que chamavam cambão).
Depois da terra lavrada e para que não ficasse ondulada, leiva sobre leiva, era gradada, isto é,  com um grade os animais puxavam um aparelho de madeira entrançada de 80cm por 1.80m cheia de dentes de ferro intercalados. Às vezes bastava um gradar uma vez, outras vezes, precisava de duas. Quanto mais direitinha ficasse a terra, mais fácil era a semeadura.
Na ponta onde o arado não chegava chamavam-lhe o cadabulho e era arranjado à sachola.
Foi assim naquele tempo porque hoje até aqui é tudo mais fácil através de tratores.
Depois da terra gradada entrava o semeador empurrado o semeador pelo lavrador ou então puxado por animais.
O milho depressa crescia, dependendo do tempo. Quando tinha um altura maior era sachado com outros aparelhos,   o sachador (quinze dias depois era decruando ou mondado e a partir daí o milho crescia mais depressa, e os campos ou as quintas eram mais bonitas do verde do milho, com as suas folhas crescidas caneladas, verdes e pontiagudas.
Começava a rebentar o fruto que era a base da espiga, o carolo e barba verde a aparecer no topo sinal que o grão de milho começava a posicionar-se na referida espiga,  Começava de depois de crescido a secar, a tornar-se louro e  a barba preta ou castanha-preta servia depois para fazer chá  para empurrar as pedras dos rins.
Acima da espiga na ponta, parte mais alta do milheiro ou  da planta surgia o pendão que era aproveitada pelo lavrador para alimentar o gado.
Quando o milho começava a ficar louro ou dourado, seco, começava a colheita.
Era cortado à foucinha, levado do campo em carros de bois para casa para um lugar amplo onde iria ser desfolhado e era organizada a desfolhada, para a qual eram convidados os amigos, os vizinhos, onde não faladava muita animação, cantoria, brincadeira à volta do milho-rei, o encontro da espiga do milho vermelho dava direito a um abraço ou a um beijo e no fim um lanche, às vezes depois das 23 ou 24 horas  da noite. Para estes trabalhos normalmente nem eras preciso pedir ajuda os vizinhos ajudavam-se uns aos outros: aproximavam-se e perguntavam se não queriam ajuda. Queriam sempre.
As espigas eram lançadas na eira para apanhar umas boas raçadas de sol e os grão ficarem bem secos.
Nessa altura seguia-se a malhada. Era outro trabalho feito com ajuda de amigos e vizinhos, cada um com o seu malho.
Uma fila de malhadores de cada lado, depois das espigas estendidas num monte sobre o comprido e havia uma arte própria para jogar o malho os de um lado lançavam todos ao mesmo tempo e enquanto levantavam os outros malhavam na sua vez e assim alternadamente e apenas só se ouvia também alternadamente o barulho  de um só malho até  grão de milho se desligar do carunho e ficar por baixo dos mesmos, ou como lhe queriam chamar.
Acabado a malhada normalmente à noite. Era coberto e pela manhã separavam-se os carolos para o lado e o grão para outro, sendo estes ainda estendidos para secar na eira. Quando o milho cantava é porque estava bem seco e então era limpo e guardado na tulha.
As espigas que não eram malhadas não iam para a eira, mas eram guardadas no espigueiro, nos sequeiros para aguentar algum tempo.
Todo este trabalho era feito sempre com muita alegria, com bom humor e sempre com a ideia de que este fruto nos dava o pão para alimentar a família ou fazer com ele um pouco de dinheiro para outras despesas. Era sempre considerado uma bênção, de Deus à família, aos vizinhos, aos amigos.

Enquanto desfolhavam o milho uns, outros menos apanhavam as plantas e faziam molhos que atavam com palha de azevém, ou até com um dos milheiros mais secos. Este trabalho era feito e depois punham os molhos a que chamavam “copas”,  três a três em forma de tripé para secarem bem para serem guardadas em medas para dar de comer aos animais no inverno, ou  no tempo da chuva ou das geadas. As medas eram uma composição dessas copas colocadas à volta de uma vara de pinheiro enterrada no chão e aquelas tomavam em toda a volta a forma de cone até chegar ao cimo da vara, onde era colocada uma protecção para que as águas das chuvas andassem por fora e não entrassem pela vara para o interior da palha, das copas. Assim já não faltava o alimento para os animais.























MOSTRAM-SE ALGUNS INSTRUMENTOS DE TRABALHO RELACIONADOS COM ESTE TRABALHO

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