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Devido ao meu Blog ter atingido a capacidade máxima de imagens, fui obrigado a criar um novo Blog.

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sexta-feira, 29 de maio de 2009

Armindo Cavaleiro,Rocha Sores,Fernando Moreira,Espigueiro,Loja,Galinheiro,Cobêrto,Quinteiro

UM DE CADA VEZ

Armindo Ribeiro da Silva Cavaleiro, filho de João Silva Cavaleiro e Catarina Ribeiro, proprietário da Barbearia que existe hoje na Praça da República, junto ao Museu do Traje que depois ficou o filho António e aggora já não é da família.
Tinha como irmãos António Cavaleiro, barbeiro na Praça da República, o Luciano, guardador do lavadouro público junto às Ursulinas, a Maria do Carmo, doméstica e o Álvaro.
Nasceu à Rua Nova de S. Bento e dali conheceu Maria Rosa Rodrigues, natural de Castelo Branco, com quem veio a casar e indo viver para a Rua José Espregueira, onde faleceu em 13 de setembro de 1998, com 76 anos de idade.
O Armindo andou na Escola do Carmo e trabalhou na tipografia Viúva de Sousa como aprendiz de Tipógrafo, passou para motorista particular em Barcelos, na Quinta do Mimoso, depois veio para a Escola de Condução Vianense. Foi um dos primeiros instrutores vianenses e o meu instrutor, em 1971.
Era homem exigente, cauteloso, sabedor, bom e cuidadoso mestre de condução a ponto de poucos os que lhe iam parar às mãos reprovarem um exame de condução ou de código, tal era a sua perícia de incentivar no aluno com precisão e sem qualquer margem para dúvidas as lições teóricas e práticas de mestre. Bom conselheiro.
Deixou à morte 4 filhos, a saber: Maria Catarina Cavaleiro, enfermeira; António Luís Cavaleiro, reformado; Maria do Rosário Cavaleiro, ex-funcionária da Vianense e a Graça Cavaleiro, educadora, todos casados e com filhos.
Os Cavaleiros que vivem aqui na Paróquia são todos da família do Armindo.

Rocha Soares um amigo do Berço
José da Rocha Soares , nasceu a 17 de Julho em 1936, um galegos, Concelho de Penafiel, vizinho de Pe. Américo e ainda seu parente. Encantou com Viana porque primeiro se encontrou com uma jovem Maria Olímpia Martins Soares que era da Papanata, criada por uma tia Deolinda. Foi com ela com quem casou e que é a mãe de suas filhas.
Por aqui ficou. Viana era uma terra mais bonita que a sua.
O José Soares já percorreu o mundo. Foi construtor civil em Portugal e no Brasil, piloto civil no Brasil, piloto de Alto Mar, lavrador e comerciante de madeiras em Portugal, proprietário e gerente de padarias, mercados, supermercados, lanchonetes, casas de pratas e escriturário. Educou as filhas.
Estão bem colocadas na vida. Tirou um curso de música e toca acordeão. Agora dedicou-se à pintura expôs meia cultura de quadros a óleo e os ofereceu ao Berço.
Mas não fica por aqui, ainda vai fazer uma outra experiência , espera escrever um livro.
E vai fazê-lo, naturalmente, tem sempre um projecto para depois de outro. Não pára.
Fernando Moreira

Fernando José Moreira , nasceu em 22-06-1926, em Macedo de Cavaleiros, filho de António Manuel Moreira e Aurora Cândida Sarmento, Macedo de Cavaleiros, Concelho de Macedo e distrito de Bragança.
Frequentou a Escola Comercial Oliveira Martins, no Porto e fez o Magistério em Bragança e ainda se corresponde com grande amizade com o próprio Director, Armando Saraiva de Melo, que foi o homem que dignificou a Escola. Depois de acabar o curso esteve 44 anos sem falar com ele. Encontrou-o depois na Guarda através de um familiar por um Saraiva de Melo que nessa altura estava em Lisboa.
À noite telefonou para Lisboa e aí começou o seu contacto contínuo.
Publicou “Poesias” em 3ª edição, Fernando Moreira.
Acabou o curso em 1954. Trabalhou 3 anos em Tràs-os-Montes e veio para Viana dar aulas em Perre e aqui encontrou a sua amada, Maria Eduarda Santos Silva, que lhe deu 3 filhos a saber: António Manuel, professor de Educação Física; José Cândido, restaurador de arte; Eduardo, professor de Educação Física. Todos casados e com filhos. Depois deu aulas na Casa dos Pescadores e trabalhou 32 anos na Escola nº 1 do Carmo.
Reformou-se em 02-02-1992. A esposa também era professora na Meadela onde trabalhou também 32 anos até à reforma. Agora estão os dois reformados. O Fernando Moreira escreve muito bem. É poeta e vivem na Meadela. Deixaram ambos muitas saudades entre alunos que pelas mãos de um e de outro passaram ao ponto de ainda hoje os visitarem e para festas privadas...

O Espigueiro ou Sequeiro

Falar de uma casa de campo, da casa do lavrador dos meados do século passado sem espigueiro é como falar de uma casa não de lavrador, mas de “cabaneiro”.
É que o lavrador, sobretudo, cultivava o milho, e as espigas exigiam o sequeiro que era um anexo à casa donde muitas vezes se passava directamente da casa de 2 pisos para ele ou então era afastado de casa, mas anexo à eira e eram sempre um ou dois espigueiros. Se a arquitectura de uma casa era mais ou menos semelhante da região para região, já não era bem assim quanto ao espigueiro.
Verifique as fotografias e verá uma diferença muito grande.
Quem for à Serra d’Arga admira-se. Já o mostrei no local a um arquitecto que ficou abanzado por ver que a construção arquitectónica, as linhas de força, de segurança saíam completamente fora das normas que se usam agora, mas como eles as utilizavam no séc. XVIII e como os espigueiros se mantinham de pé, nem darem sinal de fraqueza apesar da idade e das intempéries pelos quais já passaram. É impressionante!... A sabedoria popular tem muito que se lhe diga!


A Loja

A loja era o local da adega e da salgadeira. Sítio onde era guardado o vinho, a aguardente, a jeropiga e a salgadeira normalmente de pedra. A salgadeira era o meio de conservação das carnes de porco, da matança, naquele tempo, através do sal.
Aí se dependuravam os presuntos depois de terem passado pelo fumeiro e os chouriços às vezes eram guardadas em azeite, outra forma de conservação.
Não havia frigoríficos ou arcas congeladoras.
Naturalmente o homem descobria meios naturais para poderem conservar a carne de um ou dois porcos que, matavam um ou dois por casa matavam para se servirem das suas carnes durante todo o ano.
Os porcos eram alimentados com restos de comida da casa e com couves escaldadas e farinha com água quente.
Era a lavadura.
O Galinheiro

Galinhas, galos, perus e outros animais de bico o lavrador os criava. Era fonte de alimentação. O melhor galo era para a maior festa do ano, ou o melhor peru: A festa da Padroeira! A festa da Páscoa! O Naral!
O galinheiro era um local normalmente circundado por uma rede e lá dentro havia o capoeiro onde dormiam as galinhas ou os galos. Outras vezes o capoeiro era ainda fora do galinheiro e noutro sítio, como no quinteiro.
O galinheiro era também um sítio muito próximo da casa, o sítio, do galinheiro ou capoeiro por causa de serem bem guardados pela noite dos bichos da noite, da doninha, da raposa... e também do amigo do alheio e da noite!...


Outro Coberto

Este era o coberto das palhas ou de lenhas para quem não tivesse “Casa da Lenha”, mas sobretudo era o coberto para desfolhar o milho para guardar as espigas ou as palhas das chuvas.
As grandes desfolhadas normalmente eram feitas ao ar livre, mas também acontecia que com bom ou grande coberto dava para tudo e aí tudo se desenrolava até na maior das galhofas das desfolhadas.
A procura do “milho rei” ,da espiga vermelha e a brincar, a cantar e a dizer chalhaças uns aos outros, o tempo corria veloz enquanto ficava a desfolhada terminada e se ia para uma pequena confraternização final à volta de uma sardinhada, de uma bacalhoada, do que o patrão da casa tivesse mais à mão ou tivesse mais posses porque esses acontecimentos eram sempre ocasião de grande solidariedade mútua.
Eram os vizinhos, os amigos, os familiares e tudo se fazia depressa…

O coberto do lagar do vinho com a prensa fria e esmagadeira.
O esmagadeira esmagava as uvas que chegavam dos campos em dornas que os bois puxavam no carro e descarradas as uvas e lançadas às gamelas na masgadeira iam para o lagar.
Mais tarde antes de começar a fervura, iam os homens pisar o resto que a esmagadeira não moesse bem para dar mais cor ao vinho. Depois de bem fervido e mexido e remexido para ferver mais era tirado o vinho para os tunéis. Ficava o brolho no lagar.
Esse era prensado e da prensa saía para a pia e era aproveitado para os tunéis.
Quem queria fazer um vinho mais para gastar na família, o chamado, água-pé, deixava algum brolho por espremer, deitavam água e iam vindimar mais dois “claros” de uvas, isto é, o espaço entre 4 esteios da latada deixados de propósito para isso.
Para serem esmagadas e lançadas no lagar afim de ajudar à fermentação da água e do brolho que estavam no lagar donde vinha a famosa água-pé que normalmente toda a gente podia beber depois dos primeiros frios de Inverno e pesava mais ou menos 4º graus.
Ainda hoje é desejada, mas também como tinha pouca graduação facilmente se estragava com o calor.


O quinteiro era uma quintinha. Anexo à casa ou entre este e o resto da quinta que em algumas regiões lhe chamava “lugar da casa”. Aí no Quinteiro soltavam-se os bois ou as vacas para apanhar ar, mas sobretudo, os porcos que também viviam debaixo da casa ou tinham a pocilga no próprio quinteiro e para eles não fossarem era-lhes metido uma arganel de arame com pontas para os aleijar caso eles tentassem fossar.
Na quinta ou no “lugar” sempre havia uma horta ou outra plantação que para afugentar os pássaros o lavrador inventou os espanta-pássaros, isto é, o espantalho, como uma cruz de madeira um chapéu, palha fazer de corpo enfiada nas calças e um casaco velho espetado no chão. Os pássaros fugiam. Tinham medo do palhaço.
Que mais tarde foi evoluindo para o moinho de vento e outras técnicas. Hoje outras mais sofisticadas, mas naturalmente mais prejudiciais aos animais.
Vasos com salas de plantas ou flores enfeitavam as casas, as varandas, as escadas, os canteiros…
A Casa do Forno era um anexo muito importante na casa do lavrador. Havia lavradores que coziam duas rasas de pão para 15 dias (milho e centeio).
Havia casas que tinham o forno na própria cozinha, mas um ou outra tinha mesmo como anexo a Casa do Forno onde cozia pão para mais gente, mais rasas de milho e centeio.
A Casa de Corigião de Mazarefes tinha um forno onde cozinha 12 rasas de milho porque era da família do Abade Matos, pároco da terra e este tinha um albergue a quem dava pousada a pobres, a indigentes, e até a peregrinos de S. Tiago e a quem distribuía ou lhes dava pão que a família cozia. Hoje no lugar desse forno esta um lagar de vinho.
Na casa dos meus avós e trisavós paternos-maternos havia a Casa do forno cm 2 fornos, não sei qual a razão. Só sei que o tio-trisavô pelo lado do meu pai e sua mãe era solteiro e com o seu irmão meu trisavô era muito rico. Seria cozinhado pão para dar aos pobres?

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