
Franco de Castro, Homem do Direito e um activista de boas causas sociais e culturais
Em 25 de Novembro de 1936 nasceu em Lanheses um menino a quem lhe puseram, no baptismo, o nome de José. Seu pai, Manuel Alves de Castro, regedor que foi regedor e presidente da Junta de Lanheses, era um construtor civil. Foi ainda fiscal de obras dos Serviços Médico – Sociais em Vila Nova de Famalicão, Stº Tirso e Braga; e a sua mãe de nome Maria Franco da Silva, era doméstica e uma organista da Igreja Paroquial. Como tal, muitas vezes solicitada para tocar o orgão de foles em muitas outras igrejas vizinhas, sobretudo, em ocasião de festas.
O José Franco de Castro fez a 4ª Classe na escola de Lanheses e fez exame de admissão ao seminário sendo admitido com distinção, em 1948 onde estudou até 1957 tendo frequentando o 1º ano de teologia até 5 de Maio. Quando decidiu sar contra a vontade do Cónego Mouta Reis, mesmo assim, veio embora com a oferta de que ficava com as portas abertas para voltar.
Em Junho do mesmo ano fez o exame do 3º, 4º e 5 anos dos liceus na secção de Ciências. No ano seguinte fez o 6º e 7º ano na secção de Letras, tendo ficado dispensado de admissão à Universidade pela classificação que obteve no Liceu Sá de Miranda, em Braga, depois de ter frequentado o Colégio D. Diogo de Sousa.
Foi sempre dispensado da despesa de propinas. O Director do colégio Pe. Elisio, já falecido, dispensou-o, devido aos seus níveis de classificação, sobretudo, na disciplina de matemática em que era o melhor aluno nos liceus de Braga.
Em 1958 deu entrada na Universidade de Coimbra. Licenciou-se em direito, em Outubro de 1963 e matriculou-se no curso complementar de Ciências Jurídicas de 63/64, só com médias altas apesar da clivagem que na altura faziam.
Casou em 1966 com Maria Margarida Pereira de Brito, também Licenciada em medicina pela Universidade de Coimbra em 1965. A sua esposa foi autoridade de Saúde Pública em Vila Nova de Cerveira, e depois Viana do Castelo, donde se reformou. O casal tem duas filhas, uma delas já premiou os seus pais com um neto.
O Dr. José Franco de Castro foi delegado de Procurador da República Interino em Fevereiro de 1964.
Em Novembro de 1964 concorreu a magistrado, ficou em 2º lugar tendo sido atribuído o primeiro lugar ao futuro Provedor Geral da República Narciso Cunha Rodrigues com muito bom e o Franco de Castro ficou com apenas “Bom com Distinção”.
Nessa altura veio exercer a magistratura na comarca de Caminha como Delegado e Provedor da República de 3ª classe efectivo, em 1965. Foi promovido a 2ª classe e foi para Ponte de Lima, em 1967, exercendo o mesmo cargo. Aí esteve pouco tempo. Pediu seguidamente para ser autorizado a concorrer ao cargo de Conservador para fazer mais companhia à família.
Como estava vaga a conservatória de Vila Nova de Cerveira, em 1968, ficou aí, por nomeação. Tratou do auto o Dr. Santos Carvalho da relação do Porto. Foi ainda Conservador do Registo Civil e Predial, após um ano e convidado a aceitar o cargo de Notário, exercendo três funções ao mesmo tempo, juntamente com o exercício do cargo de juiz municipal de Vila Nova de Cerveira, onde esteve até quase 1975. Em 1978, no mês de Novembro pediu transferência para a conservatória do Registo Predial e Comercial de Viana do Castelo que era de 1ª classe, tendo sido nomeado, exercendo o cargo durante 19 anos. Foram centenas de milhares largos de registos, que preparou, ou preparados pelos seus funcionários, que ao princípio eram dois, mas quando saiu eram dez, teve de verificar e assinar.
No princípio era primeiro substituto de juiz da Comarca de Viana o que aconteceu durante 2 a 3 anos.
Também algumas centenas largas de julgamentos entre Viana do Castelo, tribunal da Comarca e o Tribunal do Trabalho.
Conseguiu que a Conservatória do Registo Predial de Viana fosse a primeira a nível do país a ser informatizada.
Foi presidente da Comissão de Avaliação dos Prédios Urbanos do Conselho de Viana do Castelo conjuntamente com o Eng.º António Barroso, já falecido e com o Eng.º Felgueiras, este, funcionário da Câmara.
Durante 6 anos foi presidente do Conselho Juridicional da Associação de futebol de Viana do Castelo, por eleição. Foi sócio fundador do Clube Desportivo de Cerveira, presidente da C. Instaladora e 1º Presidente da Assembleia Geral desportiva Clube de V. N. Cerveira.
Tendo em vista uma próxima passagem à situação de aposentado foi ocupar o lugar de Conservador do Registo Comercial do Porto durante 4 anos, entre 1993 e 1997, data em que regressou a Viana definitivamente, onde tinha residência na Estrada da Papanata, da freguesia de Sta. Maria Maior, Paróquia de Nossa Senhora de Fátima.
Em Viana, foi instado a aceitar a candidatura a presidente do Coral Polifónico , tendo aceitado a eleição cerca de 6 anos, onde continua como coralista.
Na qualidade de Presidente da Direcção do Coral Polifónico exerceu conjuntamente com os seus colegas e amigos uma acção que dinamizou o coral e o levou a várias actuações no país e no estrangeiro, assim como a tomar parte numa apresentação em Espanha, onde foi galardoado com o primeiro prémio. Foi nessa altura também que se tornou uma colectividade com maior nível artístico e social a ponto de ter recebido a medalha de mérito da Cidade de Viana do Castelo.
Ao ser aposentado continuou com uma tarefa bastante stressante, pois reinscreveu-se na Ordem dos Advogados pelo que não tem muito tempo disponível. Tem o seu gabinete à Praça 1º de Maio e, para concluir, o Dr. José Franco de Castro continua a ser coralista no Orfeão de Vila Praia de Âncora, para além do Pólifonico.
Foi vice-presidente da Direcção do Centro Social Paroquial de Nossa Senhora de Fátima, ao qual dá a sua contribuição preciosa nas decisões de Direcção e na substituição do Presidente.
Como advogado, só uma causa perdeu no Supremo Tribunal. Todas as outras ganhou. Em Cerveira tinha a fama por ganhar as causas todas e, em Viana, ganhava os recursos todos. Colegas de Trás-os-Montes e, de outros lados, às vezes telefonavam-lhe a pedir a sua opinião. Só interessava investir naquilo que a gente tenha razão, mas pode perder a razão. Não interessa, nos tempos de hoje, investir no que tem razão e deve pensar duas vezes antes de ir para tribunal porque pode sair sem razão. Mas, se não tiver razão, talvez valha a pena porque pode sair de lá com ela.
Sente-se um homem feliz por tudo o que fez na vida. Algumas não foram tão claras, mas, o saldo é positivo. Tudo o que fez, fê-lo com espírito de o fazer a favor da sociedade, ou melhor na defesa dos direitos do outro.
Ainda hoje é presidente da Assembleia Geral do mesmo do Coral Polifónico. É presidente da Assembleia Geral do Coral Polifónico de Vila Praia de Âncora, presidente do Concelho de Administração da Fundação da Cultura Musical Fernando e Lúcia Carvalho com sede em Viana.
Esteve na criação do Berço e manteve-se muito para além da Inauguração do novo com o Eng. Mota, o Comandante Martins, Drª Teresa Barroso, Engª Natália e Joaquim Arantes, conforme o registo à porta da Capela Jesus Maria José, construída em 1731, no dia da inauguração do novo Berço..