AVISO

Meus caros Leitores,

Devido ao meu Blog ter atingido a capacidade máxima de imagens, fui obrigado a criar um novo Blog.

A partir de agora poderão encontrar-me em:

http://www.arocoutinhoviana.blogspot.com

Obrigado

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Um gesto dfe bom gosto?

João Baptista estava preso nas masmorras de Herodes e, chegando-lhe o eco da polémica à volta da missão e da pregação de Jesus, mandou que alguns dos seus discípulos fossem ter com o Divino Mestre e lhe fizessem a seguinte pergunta: “És tu aquele que há-de vir, ou devemos esperar outro?” E Jesus respondeu aos enviados do Baptista: “Ide contar a João o que vedes e ouvis: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos ficam limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e a Boa Nova é anunciada aos pobres” (Mateus, 11-2,6).
Com esta resposta, transcrita do Ev. de S. Mateus cap. 11, versículos 2-6, Jesus indicou os sinais que identificam o verdadeiro enviado do Senhor: dar luz aos que vivem na cegueira da escuridão espiritual e nas trevas da descrença (os cegos vêem); fazer andar pelos caminhos do Bem aqueles cuja paralisia interior lhes travava os movimentos nas sendas da salvação (os coxos andam); limpar os que estavam manchados pelas impurezas do pecado (os leprosos ficam limpos); fazer ouvir a voz do Senhor e as inspirações da Graça àqueles que lhes fechavam os ouvidos (os surdos ouvem); fazer ressurgir para vida da Graça os que para ela estavam mortos (os mortos ressuscitam); anunciar o Evangelho, pela palavra e pelo exemplo, a toda a gente, mas, com um carinho especial, nomeadamente aos pobres, marginalizados e desprotegidos (a Boa Nova é anunciada ao pobres). Estes são sinais que identificam o verdadeiro enviado do Senhor.
Pois se alguém tivesse dúvidas que o Pe. Coutinho cumpre abundantemente todos estes sinais carismáticos identificadores do verdadeiro Enviado do Senhor, o livro “Fragmentos de 25 anos de um Pároco” , da autoria de Sílvia Barreto, que me encarregaram de apresentar, comprová-lo-ia à sociedade.
Pois nesta obra se encontra organizadamente documentada toda a actividade com que o Pe. Coutinho e os seus colaboradores comprovaram que, nesta paróquia, estava um verdadeiro enviado do Senhor.
De facto:
A organização catequética, insistente, metódica, clara, atraente; as homilias coloquiais, singelas e com palavras ungidas por uma forte convicção interior; a doutrinação, nos jornais, nos livros escritos e editados, nas revistas, nos textos para a liturgia; as conferências, as jornadas (como esta que hoje se encerra), os seminários, os cursos, os colóquios, as cartas públicas e particulares – tudo isto esparziu jorros de luz que fizeram ver a muita gente da paróquia e fora dela a riqueza da mensagem evangélica. Portanto, os cegos vêem.
A revitalização e atractividade dos actos litúrgicos, a dignificação da prática sacramental, fundamentando-a em doutrinação sugestiva e enquadrando-a em ritos atraentes; a concretização de projectos que permitiram a muitos descobrir capacidades para trilhar os caminhos da actividade pastoral, apostólica e da partilha – estimularam muitos paroquianos a sair do torpor e da tibieza para conhecerem que podiam trilhar os caminhos da santidade. Portanto os “coxos” andam!
Com toda esta doutrinação, actividade de culto, prática sacramental, a Graça de Deus actuou nas almas, lavou-as, purificou-as, pela palavra e pelo exemplo. Por isso “os leprosos, entre aspas, ficam limpos!”
Desta actividade resultou que muitos que não ouviam, que não se deixavam tomar pela mensagem profética da Palavra, passaram a ouvir, a atender, pelo que se foram curando da sua surdez e hoje são muitos mais os que ouvem. Os surdos ouvem.
Daqui se conclui que foi grande a ressurreição, a revitalização espiritual desta comunidade que acordou da letargia para uma vida actuante de fé e de obras. “Os mortos ressuscitam!”
E tamanha catequização, tão insistente doutrinação, tão activa vivência da Fé, só podia ter o seu aval de verdade, se frutificasse em obras de amor e entrega aos outros, de modo a que se pudesse dizer que os pobres, os marginalizados, os aflitos, os desprezados pela sociedade, também eles, e sobretudo eles, são evangelizados.
E este livro de Sílvia Barreto documenta superlativamente que a vivência católica desta paróquia deu abundantes frutos demonstradores da profundidade e autenticidade da vivência evangélica.
É que, como lemos nesta obra, desde os bébés mais tenros abandonados à sorte; das crianças mais carecidas e desamparadas; dos jovens necessitados de amparo e acompanhamento; dos adultos caídos na pobreza, na miséria e na solidão; dos idosos precisados de companhia, de ocupação, de tarefas dignificantes, de vestuário, de alimento, de medicação, de apoio domiciliário; desde todos estes até às famílias vivendo em condições de miséria – para todos esta paróquia, unida à volta do seu pároco, criou obras de acolhimento, de amparo, protecção e socorro, obras que são tantas e tão diversificadas, que seria longo e prolixo enumerá-las todas, pelo que me dispenso de o fazer. Mas também não o faço, para não deixarem de ler o livro, onde vem tudo tintim, por tintim. Porque a Fé sem obras é morta, porque a vivência do catolicismo sem frutificar em serviço do próximo e em partilha com os irmãos, não tem a marca da autencidade, é por isso que o anúncio da Boa Nova aos pobres com palavras e obras é a credencial máxima dos enviados do senhor. Portanto, nesta paróquia coordenada pelo Pe. Coutinho, essa credencial exibe-se em abundância: “A Boa Nova é anunciada aos pobres”.
Para que assim fosse – diz este livro – o Pe. Coutinho, recorreu À sua imaginação, à sua criatividade, ao seu espírito de iniciativa, à sua convicção evangélica de que a Fé pode mover montanhas, montanhas que são a resistência dos tíbios, o fel dos críticos, as reticências desencorajadoras dos colegas e até dos superiores e a falta dos recursos materiais para satisfazer o mar de necessidades a que é preciso atender.
Festas, sorteios, aproveitamento avaro e insistente das oportunidades oferecidas pelas entidades oficiais nacionais e internacionais, o relacionamento com paróquias estrangeiras, organização de peregrinações e viagens internacionais por todo o mundo, a cativação de corações generosos para as necessidades da paróquia – a tudo isto recorreu o Pe. Coutinho com tal habilidade, insistência e esforço que resultou numa obra de apostolado, solidariedade social, de caridade e bem-fazer, difícil de igualar. A esta obra o Pe. Coutinho deu tudo, até a sua saúde, uma cruz com que o Senhor quis pôr o sinal mais na sua generosa actividade.
De tudo isto este livro é um testemunho abundante e convincente.
De facto, a obra de Sílvia Barreto, em linguagem, correntia, directa e clara, demostra que, nos 25 anos de paroquialidade de que se ocupa, o Pe. Artur Coutinho foi o verdadeiro Enviado do Senhor. E demonstra-o, não com raciocínios habilidosos, nem com floreados literários redundantes e barrocos nem com hipérboles laudatórias. Mas demonstra-o com documentação abundante, devidamente sectorizada, apropriadamente ilustrada, com sequência lógica. E tudo isto sem deduzir louvores, nem induzir encómios, mas antes deixando aos leitores, perante a soberba carga de testemunhos, documentos, factos e realizações, a oportunidade de tirar conclusões e de se espantar com a variedade, qualidade e profundidade da obra levada a cabo durante um quarto de século nesta paróquia de Nossa Senhora de Fátima.
Por dizer tão bem, está de parabéns a autora Silvia Barreto.
Por fazer tanto e tão bem, está de parabéns o protagonista, Pe. Coutinho!

Sem comentários: