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sábado, 26 de dezembro de 2009

Sou padre ( Continuação)







Sou Padre!...
A propósito do número anterior, se alguém me perguntasse se me sentia feliz por ser sacerdote eu diria imediatamente e sem receio de errar que sim.
Se a cruz é leve como padre, devo-o dizer que é pesada, tem sabor amargo por vezes, mas a comunhão com Deus, e por Ele, com os irmãos na fé, fazem desta cruz um caminho com felicidade e para a Felicidade.
O padre em primeiro lugar é um homem de oração. Há muitos caminhos de oração, de encontro e de diálogo com Deus e só na intimidade com Deus se arranja força e coragem para levar a cruz do sacerdócio ao Calvário.
Em segundo lugar o padre tem de ser um homem de trabalho, isto é, atento sobretudo às dificuldades dos outros, tem de ter uma actividade pastoral como consequência do Amor de Deus e dos Homens. Amar não é um sentimento, mas uma Obra que não tem fim, nem limite, fica sempre por acabar e só alcançará a plenitude no Além.
Em terceiro lugar o padre tem de ser testemunho da alegria porque se com o que reza ou o que faz, mostrar tristeza há algo que não bate certo. Não é compreensível, nem eficaz, o seu esforço.
Quarto, sofrer as incompreenções de quem não tem fé, ou de quem vive uma vida racionalista, materialista, farisaísta, fundamentalista e nada tolerante, ou infantil...
Depois vem em quinto lugar o silêncio, calar. E em sexto lugar sofrer calado como um cordeiro quando vai para o matadouro...
Portanto, o padre tem de rezar, trabalhar, sorrir, calar e sofrer, alguém me dizia no meu escritório mais ou menos isto.




Há uma dictomia que alguma vez li, mais ou menos deste modo:
- Se o padre trabalha - devia estar quieto
- Se o padre reza - é um beato
- Se o padre não faz nada - devia trabalhar
- Se o padre presta contas todos os anos aos paroquianos é enganador
- Se não presta contas é porque guarda o dinheiro para si.
- Se o padre é pregador - prega mas não faz
- Se o padre é litúrgico - é homem só de sacristia
- Se o padre passa o tempo à espera dos penitentes - devia estar atento às realidades pastorais e exigentes na sua comunidade
- Se o padre faz obras materiais - é construtor civil
- Se o padre pede dinheiro - é um pedichão
- Se não pede - que pedisse e as coisas apareceriam
- Se fala muito com as pessoas - é um curioso e quer saber da vida de toda a gente
- Se fala pouco é sisudo e introvertido
- Se se interessa muito pela catequese - não faz mais nada, só gosta de cultura
- Se responde a problemas sociais - que deixe isso para o Estado
- Se não dá respostas sociais - não ama. Prega, mas não faz
- Se gosta dos idosos é velho
- Se gosta dos jovens - só se interessa pelos jovens
- Se gosta de crianças - aí cuidado, pode ser pedófilo
Até parece que no coração do padre não pode haver lugar para aquilo que é mais sagrado no cristão que é o Amor que o Mestre veio anunciar e mostrar para que a humanidade vivesse mais feliz neste mundo a caminho de uma felicidade maior.

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