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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A Paróquia e o Pecado Original PN2004

A Paróquia e o Pecado Original numa Diocese em Sínodo
A Carta Pastoral dos Bispos dedicada ao tema "responsabilidade solidária pelo bem comum", começou por reafirmar a criação do homem por Deus para a felicidade. Esta felicidade só é possível se for inserida na comunidade para uma felicidade maior, pessoal e social.
E depois de apresentar as crises pelas quais está a passar o mundo, enumera os "pecados sociais" da nossa sociedade que têm a sua origem no coração da pessoa egoísta sem qualquer abertura aos outros.
É pecado social "o egoísmo individualista, pessoal, grupal, sem perspectiva do bem com mais global; é o consumismo, fruto de um modelo de desenvolvimento, fomentado pelos próprios mecanismos da economia e que gera clivagens entre ricos e pobres insensibilidade a valores espirituais; a corrupção, verdadeira estrutura do pecado social, que se expressa em formas perversas, violadoras da dignidade humana e da consciência moral pelo bem comum; a desarmonia do sistema fiscal, que sobrecarrega um grupo, e pode facilitar a irresponsabilidade no cumprimento das justas obrigações; a irresponsabilidade na estrada, com as consequências dramáticas de mortes e feridos, que são atentado ao direito à vida, à integridade física e psicológica, ao bem-estar dos cidadãos e à solidariedade; e exagerada comercialização do fenómeno desportivo, que tem conduzido à perda progressiva do sentido de "jogo" como autêntica actividade lúdica, e a falta de transferência nos negócios que envolvem muitos sectores e profissionais de algumas áreas de desporto; e ainda a exclusão social, gerada pela pobreza, pelo desemprego, pela falta de habitação, pela desigualdade no acesso à saúde e à educação, pelas doenças crónicas, e que atinge particularmente as famílias mais carenciadas, as crianças e as pessoas idosas, e determinados grupos sociais".
Mais ou menos "ipsis verbis", foram transcritos e são apresentados os " 7 pecados capitais sociais" do mundo em que vivemos.
Em qualquer deles poderíamos dizer que o desrespeito pela dignidade da pessoa humana está na atitude do homem perante o homem e perante a natureza. Tudo é obra de Deus. Daí que os ecologistas e os ambientalistas lutem contra o pecado da ambição desmedida do homem a brincar com a tecnologia.
É um problema ético. O homem tem de respeitar a natureza. Quando Deus fez o homem à sua imagem e semelhança, criou-o com a inteligência capaz de discernir o que será melhor ou pior para a natureza, ou se diga, para si mesmo. No entanto a liberdade que Deus deu ao homem em plenitude, leva-o muitas vezes a utilizá-la mal e, em vez de construir, como Deus quer que o Homem construa, destrói a natureza e destrói-se a ele mesmo.
É uma questão de educação. As necessidades recreativas, estéticas, psicológicas são satisfeitas através da nova tecnologia procurando muitas vezes ir mais longe do que seria natural. Começa aqui o declínio do homem e o pecado original de hoje, que é o mal estar colectivo, convertendo a biosfera em tecnosfera, tantas vezes hostil ao homem.
No progresso do homem está muitas vezes a sua autodestruição. Daí os movimentos ecológicos.
A Paróquia tem a sua quota parte nesta educação cívica do homem, nesta educação ecológica, ajudando o homem a reconverter a natureza, para que o homem viva envolvido num mundo mais humanizante, cientificamente falando, numa hegemonia cujo habitat do homem seja mesmo com os artifícios tecnológicos de hoje uma cultura humana, criadora, tendo em conta que Deus teve os seus fins na criação das coisas e que, desrespeitá-los, pode corresponder ao actual pecado original que destrói o domínio humano sobre o mundo. Daí a natureza vingar-se do homem empreendedor, criador, demasiado ambicioso, que, em vez de se sentir feliz, vê-se vencido e a perder objectivos para a vida, pelo que então na eutanásia, no aborto, no suicídio, na droga, no sexo, no desrespeito pátrio, cultural, como vemos agora em França com os véus islâmicos, é onde ele encontra alguma razão para viver uma vida efémera e... sem rumo!... Uma vida sem valores!...Uma vida globalizante para a irreponsabilidade...sem objectivos morais e éticos.
Há muitos grupos ecológicos, mas entre eles também apenas se defendem objectivos específicos e esquecem-se do objectivo divino. Também a Paróquia não se envolve para que, com cristãos envolvidos, possa iluminar esses objectivos com a fé.
A nossa ética e o problema da responsabilidade de cada um de nós que se diz cristão, que se diz praticante, e que se confessa, esquece deste pecado de hoje, comungando na Eucaristia, numa eucaristia cuja comunhão subentende a comunhão com Deus, com a Natureza e consigo mesmo. Outro pecado original que o homem se esquece dos objectivos divinos, continua a pecar contra o preestabelecido, o pecado original do século XXI.
A religião do amor, da teologia natural que continha o sopro vital, manifestação de toda a vida, incluindo um horizonte feliz para todos os vivos...,. deste modo, é prejudicada com as a falta de responsabilidade e capacidade de correspondência de todos os seres vivos ao sentimento moral de forma autêntica, gratuita, não desmontável, espontânea e não apoiada em cálculos de utilidade, nem imposta por normas ou preceitos que só o homem pode desejar sem critérios de juízo.
As nossas opções individuais e colectivas estão a ser cada vez mais relativizadas, irracionalistas, que têm em vista apenas o bem material, fazendo da gestão prudente do património que, ao homem, Deus confiou, um antro de princípios laicos e dessalizantes.O Homem arrogantemente e com rudeza faz uma gerência de domínio que, em vez de o fazer feliz, leva-o à sua própria destruição.
A Paróquia tem a obrigação de ensinar as crianças, os jovens e os adultos, educando a todos para os valores éticos, de acordo com as leis e os ritmos da ciência, mas sempre na busca de uma harmonia com a própria natureza para que haja um espaço de humanidade, esperança, capacidade de preocupação segundo os fins da criação.
Não estão nas técnicas todas as respostas aos homens de hoje, mas pode levar o homem a mais e melhor acentuado discernimento, entre o material e o espiritual, isto é, entre a natureza e o moral.
Onde estás tu, cristão, quando os outros são os ecológicos, os defensores da natureza, os ambientalistas?!...
Um pecado social da igreja é um pecado social duma Paróquia que não pensa nisso, nem parece querer saber disso para nada... e tanto é pecador o padre, como os fiéis...A.C.

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