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terça-feira, 29 de maio de 2012

“Cristãos pela Esperança”documento da Militia de Sanctae Mariae - Cavaleiros de Santa Maria, de seu nome Cristãos pela Esperança, da autoria do Dr. Carlos Aguiar

“Cristãos pela Esperança”

“Spe salvi facti sumus!” (É na esperança que fomos salvos) – (Rm 8,24)

 1 – Com este versículo da carta aos Romanos de S. Paulo, abre a carta encíclica Spe Salvi

do Papa Bento XVI, convidando-nos à esperança.

Crentes e não crentes.

2 – Como cristãos, vivendo em Portugal, sentimos como todos os nossos concidadãos,

um travo amargo da falta de esperança generalizada, um povo que perdeu a esperança. Os

Portugueses andam angustiados. Aumentam as depressões. Crescem os suicídios. A violência

intrafamiliar e na sociedade gritam-nos, com grande fragor, que a falta de esperança se

instalou. Não se vislumbram horizontes de alívio. Pelo contrário, muitos dos nossos

concidadãos já perderam a força anímica para encontrar rotas novas. Parecemos um povo de

derrotados. Muitos jovens, determinados a reencontrar-se e encontrar a esperança perdida,

fluem para outras geografias económicas, sociais, culturais e políticas. Empobrecem o Pais.

Envelhecem-no.

3 – Como cristãos, não nos passa despercebida esta angústia generalizada. Procuramos

viver, orientados pela nossa fé, que queremos viva, consequente e interventiva. Porque

acreditamos que cada homem é a imagem e o reflexo de Deus, não conseguimos deixar de,

publicamente, proclamar que “o amor de Deus se releva na responsabilidade pelo outro”

(Spe Salvi n.º28).

Ao abraçarmos o Evangelho, fazendo dele a força motriz do nosso agir solidário e

corresponsável, esforçamo-nos para que “o Evangelho não é (seja) apenas uma comunicação

de realidades que se podem saber, mas uma comunicação que gera factos e muda a vida”

(cf. Idem n.º2)

Por isso, como cristãos que se norteiam pelo Evangelho, temos a forte convicção de que

teremos de gerar factos que mudem a vida dos que andam tristes, acabrunhados e infelizes.

Daí a necessidade que sentimos de, publicamente, anunciar que “um mundo sem Deus, é um

mundo sem esperança” (cf. Idem n.º44).

Quando toda a nossa envolvência entrou em colapso, e já nada parece ter retorno, a

falta de esperança que tece os cotidianos de uma larguíssima faixa de Portugueses, marca de

modo vincado a paisagem humana de Portugal!

4 – É chegado o momento de proclamar a Esperança como um valor humano cheio de

transcendência, que norteie a nossa vida individual, familiar e colectiva.

“Torna-se evidente que o ser humano necessita de uma esperança que vá mais além”

(Spe Salvi n.º30), de uma esperança que reencontre Deus, se centre em Deus e O busque sem

cesar. Basta de nos esgotarmos dia a dia na procura de vãs e falaciosas ilusões de que é

possível encontrar a esperança sem Deus, ou, então, nos deuses do consumo, do efémero e do

relativo. Deus, que é Amor, é a única fonte de esperança que nos alivia nos percalços,

solavancos e tropeções que diariamente vamos sofrendo.

Por isso urge recolocar Deus em todos os roteiros das nossas vidas. Sem vergonha. Sem

receios. Ele, que é o Alfa e o Ómega. O Princípio e o Fim.

Impõe-se-nos que a “Tempo e a Contra-Tempo” manifestemos que cremos em Deus

que é Amor e rico em misericórdia e fonte de toda a Esperança.

Os cristãos, homens e mulheres de esperança, têm de se tornar agentes decididos,

interventivos e permanentes semeadores de esperança: Anunciando que a única esperança

salvadora é Deus e agindo politica, cultural e socialmente, como é seu direito inalienável, nos

diferentes meios em que se encontra para que sejam criadas condições dignas e justas para

todos os nossos concidadãos como premissa da recuperação da esperança na justiça e na

liberdade, no progresso harmonioso que respeite todo o homem e o homem todo.

Os decisores políticos, económicos e sociais devem sentir que os cristãos e o

cristianismo não são aspectos da vida privada e da sacristia. Os cristãos são homens e

mulheres na plenitude dos direitos mas também nos deveres de intervenção e de luta pela

dignidade da pessoa humana.

Chegou a ora de nós, cristãos pela esperança, clamarmos bem alto que a esperança é

possível. A esperança é necessária. A esperança existe. A esperança urge. Pois só com a

esperança se constrói o futuro! Uma sociedade sem esperança desaparece rapidamente.

Sejamos todos semeadores de grãos de esperança à nossa volta.

Sejamos homens e mulheres de esperança.

A esperança está erradicada na própria natureza humana. A sua falta é um dos mais

graves sintomas da anunciada, defendida e promovida “morte de Deus” do seculo XX. Mas

Deus não morre, Deus é. Os homens por mais sábios e poderosos que sejam não podem matar

Deus. Mas podem eclipsá-Lo. Escondê-Lo. Afastá-Lo dos olhos e dos corações da humanidade.

Porém, Deus está sempre presente. Disponivelmente amoroso. Não se impõe, Deus propõe-se

a todos os homens. Neste momento de gravíssimo eclipse de Deus, e da agonia da esperança,

só o regresso a Deus nos devolverá a esperança. Esperança que não se funda na gula do

imediato, da deriva relativista em que tudo se equivale, na desmedida do consumo que aliena

e é ecocida. A esperança que nos impele a busca incessante de Deus e na ordem temporal, a

procura teimosa de soluções e alternativas à insatisfação face à mediocridade e a olhar

alienadamente para um estado-solução que não é solução nenhuma, porque a solução está

em, nós, na nossa capacidade de ousar e inovar, de ser solidários, de compartilhar com os

outros as nossa angústia e as nossa ideias. A esperança é liberdade. A esperança é solidaria.

A: CAFAP - Associação Famílias  esperança está em Deus.
documento da Militia de Sanctae Mariae - Cavaleiros de Santa Maria, de seu nome Cristãos pela Esperança, da autoria do Dr. Carlos Aguiar, para publicação e divulgação

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