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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Perante um acidente na área do meu trabalho e das minhas funções

Procedimento III



Marujava, certo dia, pelas 10 horas da manhã, enquanto eu me encontrava à porta do 1º piso da casa a observar o tempo, e com o nariz colado à vidraça da porta observava o clima.

Estava apenas nesta especulação, e nisto, só com os meus botões.

Entretanto, um barulho enorme eu ouvi e parecia mais um choque de carros.

Disse cá para mim! Deixa-me espreitar...

Fui ver, espreitando a rua que ficava do outro lado da escada e observo que, afinal, não havia trânsito, nem tinha havido nenhum choque de carros.
Estou a sonhar? Perguntei eu, a mim mesmo!...

Então fui ao piso de baixo ver se havia algum problema. Fui. Ao chegar ouço alguém a gemer. Era uma criança que estava ao meu cuidado, bem como mais 10. Naquela hora estava sozinha, pois o meu colega do piso de baixo , pediu-me para o deixar ir  tomar um café fora do edifício.

Quando trouxe as crianças do piso de baixo para o piso de cima não reparei que uma ficou. Foi aquele maroto do Quim que sempre anda a fugir dos outros e agora o que vai ser deste Quim. Lancei-me logo para retirar um armário que caiu sobre o rapaz.

Entretanto, chegou o colega e foi ele logo levá-lo ao Hospital. Mandou-me telefonar ao Coordenador de resposta Social onde me encontrava a trabalhar como colaboradora.

(Foi aquilo que a Mónica fez, mas o coordenador não atendeu e ficou-se por aí até ele chegar.)

A Mónica estava com dois problemas: a criança que tinha sido levada ao Hospital com vários ferimentos e ainda tinha a seu cargo as outras crianças.

“Valha-me Deus. Estou sozinha, enquanto o Néu foi para o hospital com o Quim e foi logo acontecer a esta hora que não tenho ninguém cá, nem  na cozinha.

Entretanto, as crianças continuavam junto dos legos e da Mónica, sentada num sofá.

Que vou fazer? Pensava ela ensimesmada com os seus botões.

Eu sou a culpada por não ter levado a criança para cima. Não! Quem é culpado é ele, pois deixou o serviço para ir tomar um café. Tranquilizava-se, deste modo, a funcionária.

Ai a família do Quim!!! O que irá fazer?!!!...

E a Direcção quando souber do caso?!!!...

Será que vou ser despedida? Ou será a Néu?

Vou falar com o Jerónimo, o responsável da direcção por este serviço. Ele é meu amigo de há longos anos. Ele vai-me ajudar. Foi uma distracção minha. Não! O Néu é que não tinha de sair!...

Que conclusão podes tirar disto tudo? Se a Direcção levantar um inquérito disciplinar à Mónica e ao Néu?

Ensimesmada continuava a Mónica.

Ai se o menino morre!!!


2 comentários:

Manuela Lobato disse...

Excelentes textos para promover a reflexão...
Sou Directora técnica numa Creche/J.I. de um dos concelhos do distrito de Viana e vou procurar utilizar estes textos com os recursos humanos afectos a essas respostas sociais, analisando-os e reflectindo em torno dos mesmos... Foram retirados de alguma fonte bibliográfica, são casos conhecidos da sua experiência? De facto, a culpa não pode morrer solteira, mas por vezes revela-se difícil constatar quem e (ou não) culpado e porque...

Artur Coutinho disse...

Foi apenas imaginação minha sobre o que pode hipoteticamente acontecer.