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domingo, 20 de novembro de 2011

A Água

A Água




Ó rio das águas, chore

Que vai correndo pró mar;

Os tormentos que eu padeço,

Ai, mãe, os vais declarar.



Não declara, que não pode

P não tem que declarar,

Pois, quem como tu é bela,

Não deve ter que penar.



0 que eu peno ninguém sabe,

Ninguém pode saber,

Porque eu peno e não me queixo,

Em segredo sei sofrer.



Pois o sofrer em silêncio

É um dobrado sofrer,

Melhor é contarmos tudo

A quem nos possa entender.



A quem nos possa entender

Tudo eu queria contar,

Mas os amigos são raros,

Não sei onde os encontrar.



Encontra-os a cada canto

Quem os queira encontrar,

É um dos mais verdadeiros

Aqui te está a escutar.



Vem livrar-me com teu olhar

Quem eu por eles me perdi;

Dá-me a vida com teus beijos,

Já que por beijos morri.



Meia-noite, tudo dorme,

Só eu não posso dormir,

Que me não deixa este amor,

Que me fizeste sentir,



Este amor que é a minha vida,

Vida do meu coração,

Atrás do qual meu suspira

E meus pensamentos vão.



De joelhos fui ao mar,

De joelhos fui ao fundo,

Mais vale acabar no mar

Que andar nas bocas do mundo.



Apartai-o, apartai-o,

O vinho tinto do branco,

A mim também me apartaram

De quem eu gostava tanto.



Apartai-o, apartai-o,

O cravo da Alexandria,

A mim também me apartaram

De quem eu tanto queria.



Viana já foi Viana,

Agora é Vianinha,

Já foi Viana do rei,

Agora é da rainha.



Eu bem sei que sabes,

Eu bem sei que sabes bem,

Bem sei que sabes dar

O valor a quem o tem.

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