AVISO

Meus caros Leitores,

Devido ao meu Blog ter atingido a capacidade máxima de imagens, fui obrigado a criar um novo Blog.

A partir de agora poderão encontrar-me em:

http://www.arocoutinhoviana.blogspot.com

Obrigado

domingo, 20 de novembro de 2011

A azeitona e a cereja

A Azeitonas e a Cereja


Diz a cereja:

- Azeitona, como amiga,

0 teu ser muito pesa;

Já vejo que pouco brilhas,

És feia de natureza.



Aqui está como eu brilho,

Vermelha e redondinha,}

Quanto deras, azeitona,

A tua cor ser a minha?



Sem o tempero do sal,

Nem o meu Deus te deseja!

Não preciso eu de tempero,

Quanto mais vale a cereja?



Tu, além da triste cor,

Não inculques no feitio;

No sabor és amargosa,

já não tens de que ter brio.



Que eu, logo ao romper da aurora,

Longe me vem arraiar,

Que me vem dar os bons-dias

Aos saltinhos, a cantar.



Sou a alegria das aves,

E dos jovens o encanto,

Até os mais inocentes

Comigo gastam seu tanto!



A toda a hora do dia

Me festejam passarinhos,

Cantando com alegria,

Socorrendo nos raminhos.



Azeitona:

- A tua mãe, ó cereja,

Só dura na Primavera;

Depois é um colete seco,

Toda a folha vai a terra.



E tu mesmo crias bichos,

Pois I a tua formosura;

Não duras mais de três dias,

Depois de que estas madura.



A minha mãe oliveira

Dura sempre florida;

Dura de Verão e de Inverno,

Até que no fim da vida.



Em meios civilizados

Tenho grande estimação;

Nunca perco o meu valor,

Quer de Inverno, quer de Verão.



Eu dou a luz ao moribundo

E estou pronta a servir,

Quando a alma, do corpo

Se aproximar a sair.



Cereja:

- Eu não estou, acredita,

Nem o posso entender,

Além de seres tão feia,

Tanto valor possas ter.



Azeitona;

- Tu verás no "framenino",

Damas feias e formosas,

Que muitas vezes as feias

Tem acções mais generosas.



Cereja;

- Desculpa, minha amiguinha,

Que eu já vejo que pequei,

Que por minha inocência

Foi que eu sem razão falei



Azeitona:

- Também tu, minha louquinha

Vieste de alta "vieira"

Falar sem considerar

É cair em grande asneira.



Cereja:

- Cá entre nos há remédios,

Escusamos de botica;

Tu és a mesma que eras

E eu a mesma que fica.



Azeitona;

- Cá entre nós há remédios.

E também muita virtude,

Amiguinhas como dantes,

Só te desejo saúde.

Sem comentários: