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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Jornadas Mundiais da Juventude de 2011




Esta é crónica desde logo não publicada na edição anterior deste “Paróquia”, porque nestas páginas a concorrência é grande, aliás como grande é o texto que ora vai. Mas como o director me afiança que o assunto não perde atualidade, até porque as próximas “jornadas da juventude” só voltarão a acontecer em 2013, então, agora e aqui, a redação da promessa feita e ora cumprida, do encontro de Bento XVI com os jovens do mundo, ocorrido em Madrid, no passado mês de Agosto.

Porque o assunto é de muito de se lhe contar, a crónica continuará nas próximas edições.

Corrente de Adoração Eucarística -Com a chegada a Madrid de Sua Santidade, o Papa Bento XVI, no dia 19, esta, “Jornadas Mundiais de Juventude – 2011” (JMJ) tiveram o seu início poucos dias antes, a 16, com a formação na capela do seminário de Madrid, na rua San Buenaventura, n.º 9, de uma corrente de adoração eucarística. Ao longo de 121 horas consecutivas, mais de 300 comunidades provenientes de 40 dioceses de várias partes do mundo juntaram-se nesta celebração que foi transversal até ao final das JMJ.

A corrente, sempre presidida à vez por cada uma das dioceses sob a direção do seu pastor, só foi interrompida nos períodos noturnos ou quando havia atos conduzidos por Bento XVI, constituindo uma verdadeira “peregrinação ininterrupta de adoração ao senhor”. Ademais, todos os que assim o desejaram puderam unir-se a essa corrente de adoração, quer do ponto onde se encontravam, quer em torno ou na dita capela, onde houve sempre sacerdotes disponíveis para o confesso.

Na cidade propriamente dita, mais de 50 igrejas de “diferentes movimentos e instituições da Igreja” estiveram abertas para garantirem permanentemente locais de receção ao peregrinos orantes. Também os mosteiros e conventos de clausura se associaram à corrente de Adoração Eucarística, permanecendo excecionalmente abertos a todos aqueles que desejassem rezar.

Sangue e patrono - Dez foi o número de patronos destas jornadas, se bem que, talvez, o mais querido de todos se tratasse do próprio João Paulo II, ao qual foram dedicados múltiplos atos culturais ao longo das jornadas, e nos quais a sua memória foi evocada. Não apenas mas também por isso, as principais celebrações destas JMJ foram presididas por uma relíquia do novo beato, uma ampola com o seu sangue que foi oferecida pelo arcebispo de Cracóvia e antigo secretário papal Stanislaw Dziwisz. Esta especial circunstância derivou do facto da iniciativa das primeiras jornadas realizadas, em 1985, terem acontecido por vontade de João Paulo II e, por isso, o cardeal arcebispo de Madrid, António Maria Rouco Varela, rezou uma oração no próprio dia 16 e integrada naquela corrente oratória, na presença de um grupo de jovens voluntários, precisamente dando graças pela iniciativa.

Em todas aquelas principais celebrações litúrgicas foi utilizado um “evangeliário” – uma escultura em forma de livro aberto –, que ficou sempre virado para a assembleia de fiéis, onde a ampola permaneceu. Na página direita, uma imagem do crucifixo que João Paulo II usava como báculo; na esquerda, a sua frase “não tenhais medo”, em latim, logo abaixo do escudo de armas papal.

De notar que o sangue do beato lhe foi extraído por ocasião de uma recolha para análises médicas, nos últimos dias da sua doença na altura do seu internamento no Hospital Menino Jesus, e cuja amostra foi recuperada após a sua beatificação, para efeitos de relicário. Carlo Ballina é o nome do artista que realizou a escultura que contém esta relíquia, sendo que existem mais outras duas, uma conservada no referido hospital e a terceira na Oficina para as Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice.

Chegada e acto de boas-vindas - No dia 18, a iminência da chegada do Papa não deixava ninguém indiferente. Duas peregrinas de nacionalidade espanhola provenientes da cidade de Málaga com o fito de “acompanharem o Cristo da Apreensão” – com uma das primeiras confraternidades a chegar ao Paseo de Recoletos, em Madrid (grande avenida limitada pela Plaza Cibeles a sul e pela Plaza de cólon, a norte) – confessavam à Comunicação Social: - “Tudo isto é grande, histórico, nunca o poderíamos imaginar!”.

Com algum atraso face à hora marcada, Sua Santidade chega finalmente à capital espanhola aterrando no aeroporto de Barajas, iniciando de imediato o programa de visita preparado, e que viria a incluir encontro com o soberano espanhol e autoridades civis. Antes, rumo à Nunciatura Apostólica a aproveitar breve repouso e, então, saída para o ato de boas-vindas.

À saída do avião, e sob a égide da juventude mundial, foi recebido por uma “mini guarda-suiça” formada por jovens rapazes entre os 10 e os 13 anos de idade. Posteriormente, sempre na companhia de outro grupo de jovens, este a representar os cinco continentes povoados da terra, fez a travessia entre a Porta de Alcalá e a praça Cibeles, então recebendo o primeiro banho de multidão, assim como a chave da cidade entregue pelo alcaide de Madrid.

Efectivamente, a receção em Cibeles corporizou o primeiro momento alto motivado pela presença papal, traduzido em forte emotividade por parte da multidão agregada nestas JMJ que já vinham a criar expectativas há cerca de três ano.





























Nesta segunda crónica das Jornadas Mundiais de Juventude (JMJ) – acontecidas em Madrid no passado mês de Agosto –, depois da menção à “corrente de Adoração Eucarística”, ao rememorar dos inícios destas jornadas (1985, por vontade de João Paulo II) e da descrição da chegada triunfal de Bento XVI à capital Madrilena, agora vamos seguir os passos dados ao longo do dia 19, logo após a chegada triunfal de Sua Santidade.

Para o dia, programados encontros com o rei Juan Carlos no palácio da Zarzuela, assim como com o presidente do governo José Luís Rodrigues Zapatero e outras autoridades espanholas, na Nunciatura Apostólica de Madrid, logo após o almoço, para além daquele com os professores universitários e religiosas, com estes últimos a acontecer na Basílica de San Lorenzo de El Escorial, mandado construir por Filipe II de Espanha.

Mormente a recepção operada pelos altos dignitários políticos do reino das Espanhas, o momento alto do dia seria o almoço na Nunciatura com os 15 jovens seleccionados de todos os continentes da terra, todos eles voluntários na preparação destas JMJ, e que o acompanhariam na Via Sacra, do dia seguinte (20) onde a juventude teve papel preponderante, dada a vocação destas mesmas jornadas, e que aí acompanharam os andores que saem em procissão durante as celebrações da Semana Santa. Note-se: os andores foram para Madrid levados de todas as regiões de Espanha simbolizando cada um o vértice do empenho e entrega das respectivas confrarias.

Palavras de Bento XVI aos Mestres e Doutores

Neste primeiro dia de visita, foi no El Escorial que Bento XVI teve a oportunidade de estar com cerca de 1000 professores do Ensino Superior espanhol. Assim se fez sair da cidade as JMJ que, por umas horas, se deslocaram para o “real sítio” do El Escorial, um local que Joseph Ratzinger já tinha visitado em 1989, ao tempo na qualidade de Perfeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

À mole de lentes em audiência, sobretudo jovens professores e investigadores, e na presença do ministro espanhol da Educação, Ángel Gabiondo, disse que “a Universidade tem sempre sido casa onde se busca a verdade própria da pessoa humana”, lembrando ainda que “não é uma casualidade que tenha sido a Igreja quem promoveu a instituição universitária”. Posto estes aspecto em claro, e dada a natureza destas jornadas assim como o facto de ele próprio, ter sido um professor, fez notar às plêiade de docentes que “a universidade encarna um ideal que não se deve desvirtuar nem por ideologias fechadas ao diálogo racional, nem por servilismos a uma lógica utilitarista de simples mercado, que olha o homem como mero consumidor” e que, por isso, “os jovens necessitam verdadeiros mestres, pessoas abertas à verdade total nas diferentes áreas do saber”.

Nesse sentido, exortou: “a não perder jamais tal sensibilidade e encanto pela verdade, a não esquecerdes que o ensino não é uma simples transmissão de conteúdos, mas uma formação de jovens a quem deveis compreender e amar”, uma vez que “não podemos avançar no conhecimento de algo, se não nos mover o amor; nem tão pouco amar uma coisa em que não vemos racionalidade”, pedindo ainda humildade, pois, “na actividade intelectual e docente, a humildade é também uma virtude indispensável, pois protege da vaidade que fecha o acesso à verdade.”

Na circunstância, o Santo Padre não se eximiu a recorrer à conhecida frase de Platão “Busca a verdade enquanto és jovem porque, se não o fizeres, depois escapar-te-á das mãos”.

Na resposta e como que reforçando a papais palavras, o cardeal António Maria Rouco Varela asseverou que “o Papa é a luz que os guiará no desenrolar cristão da sua tarefa intelectual e educativa”, agradecendo a decisão do Papa de inclusão deste encontro nestas jornadas, tendo sido a primeira vez que aconteceu.

Digna de nota a interpretação, neste encontro da peça “Avé Maria” do compositor renascentista espanhol Tomás de Vitoria.

Via Sacra em Semana Santa atípica

Na verdade, longe estava já o tempo de Semana Santa a ocorrer em tempo de primavera, sendo período por excelência dos cristãos revelarem com intensidade a sua devoção. No entanto, por ocasião destas JMJ, as “confraternidades” espanholas tiveram a oportunidade de reviver essa mesma devoção na “semana santa atípica” acontecida nas jornadas e que motivou outra celebração da “Via Crucis”, para cuja preparação especial os devotos puderam visitar os andores evidenciando os seus particulares carinhos pelo seu simbolismo, o que aconteceu já no período nocturno deste dia 19.  Continua-  A.C.M.

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