Misturar alhos com bugalhos
É fazer uma trapalhada.
O Alho vem do latim allium e toda a gente sabe quais são os seus benefícios na alimentação, não para “saber ao alho” porque é caro, nem “cheirar ao alho” porque não é de odor agradável, é activo e de sabor forte e quente.
“Quem não come alhos, não cheira a eles.” o que é certo é que o alho é bom para a saúde.
O Bugalho é uma excrecência arredondada que aparece nas folhas de algumas árvores como o carvalho. Os bugalhos são esbugalhados, colhidos e parecem esferas. Um jogo antigo era o do bugalho para os rapazes.
Alho rima com bugalhos e talvez fosse motivo de origem desta expressão que a traduzimos por confusão de coisas semelhantes, mas distintas; como são os alhos e os bugalhos.
Também pode ser um tira-teimas, desfazer a confusão, acabar o que parece uma trapalhada onde ninguém se entende.
Há, no entanto, algo comum entre alho e bugalho: é que ambos são esféricos.
Alguns atrevem-se a responder a alguma confusão.: “Sem querer misturar alhos com bugalhos”, o que já está a fazê-lo... a misturar as coisas!
Aos olhos chorosos ou inchados se costuma usar a expressão: “Tem os olhos como bugalhos porque os bugalhos partem-se e desfazem-se com facilidade como as lágrimas correm dos olhos de alguém que chora de tristeza ou de alegria. Não confunda, pois, alhos com bugalhos. O bugalho é esférico e o globo do olho também, mas não há comparação possível.
Não misture alhos com bugalhos porque tudo tem de ter pés e cabeça e a rima pode ser certa, mas na expressão não diz que são coisas muito distintas.
Quem assim o fizer, quer “meter tudo no mesmo saco”, quer falar alhos e responder bugalhos ou tomar alhos por bugalhos ou misturar alhos por cascalhos, a que propósito qualquer uma destas coisas serve.
Amigo, olha o funeral de um rico!
Misturar alhos com bugalhos é mesmo isto, como:O Zé da Maganão é um bom homem e a cidade de Viana tem muitas farmácias, mas nenhuma é melhor e mais moderna do que a da Abelheira. Assim como o acidente entre o veículo A e o veículo B, na A1, causou a morte de dois jovens de madrugada. O grande crime na nossa cidade foi ter ameaçado de morte um doente mental e as flores para os mortos são, às vezes, uma afronta para os funerais dos pobres, que ninguém oferece nada.
Também as flores não vão salvar a pessoa que já é cadáver, mas o valor delas podia salvar a vida a um esfomeado, a um sem abrigo, sem casa, etc...
Os mortos não precisam de flores, mas de respeito, saudade, zelo, oração e não são as muitas velas ou os carrões de flores que os vão salvar.
Todos devíamos viver interiormente mais, o fundamental, e temos de, em tudo, saber ser sóbrios.
Há quem morra sem filhos e tenha um funeral de igreja vazia. Há quem tenha filhos e tenha um funeral de igreja com flores, mas um pouco vazia. Há aquele que tem muitas relações sociais, é rico, essas relações assim as conquistou na vida, a igreja pode estar cheia de gente e carregar um carrão de flores, mas haver um vazio muito grande de sentimentos sinceros, verdadeiros, “pois é pena, mas já devia ter andado”: “Coitadinho, era boa pessoa, um bom amigo.”, mas gozou bem a vida e se tivesse já ido... mais tempo, teria eu gozado porque já há muito teria subido na carreira, de nível. A.V.
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