Para Curiosos: Latim?!...O que é isso?
Nós, afinal, até lemos, entendemos, escrevemos, usamos ou utilizamos latim sem tomarmos consciência disso,não fosse o latim uma lígua de origem indo-europeia e base da nossa.
“Hic est Domus Dei”, “Domus Dei”, “Hic est Dominus Domini”, isto é, aqui é a casa de Deus, Casa de Deus, aqui é a Casa do Senhor, conforme lemos sobre as portas de muitas igrejas, capelas, mosteiros, etc... e que é de fácil tradução. “A Minima” de origem jurídica em relação à pena mais alta, pena mínima ou pena maxima.
“A posteriori”, isto é, após, depois da análise feita. “A priori” como querendo dizer antes de, isto é, por princípio devemos acreditar no amigo. “Ad calendas graecas”, para as calendas gregas, talvez para uma nunca, ou não se sabe para quando. “Ad libitum”, isto é, à liberdade de cada um; no bufet, as comidas são à escolha, ao gosto de cada um entre as que se apresentam, quer em qualidade quer em quantidade, mas requerem como “conditio sine qua non” o respeitinho e não fazer como o Cangurú (um no papo, outro no saco). “Ad vitam aeternam”, isto quer dizer: para sempre, até à vida eterna. Para os budistas é o nirvana e para os cristãos e islãos é o paraíso como rosto da vida eterna. “Alma mater” igual a mãe pátria, alma mãe. “Aurea mediocritas” mediocridade dourada, para ser feliz vive escondido, ser modesto, ponderado e abandono da opulência.“In memoriam”, em memória de algum defunto. “In loco”, no lugar é que se resolve o problema e “in vino veritas” é inspirado por uma expressão grega usada por Platão que significa que muitas vezes descobre-se a verdade quando se abusa do vinho, no vinho está a verdade, isto é, alguns com o vinho mostram o que são, o que anda escondido e “ipso facto”, latim,latim,quem não sabe fica assim. Como “ipso facto”por este mesmo facto, perante os factos, acontecimento de agora não se espera mais nada; é uma expressão usada em direito. “Ite, missa est” quer dizer que a missa acabou. Não é verdade que muitos se lembram deste fim de missa com que eram despedidos os fiéis ainda na década de 60, do séc. XX ?
“Item” significa “o mesmo” muito utilizado como “aspas, aspas” e o “lapsus” ou lapso, lapsus calami) como erro, falha, deslize, falta involuntária quando se fala ou quando se escreve, por isso, o “magister dixit”, o mestre disse sem lapso, está dito, está dito. Não é “Ad hoc” é a sério e nem faz de contas...
Oxalá que nunca tenha de bater com a mão no peito dizendo ”mea culpa”, isto é, por minha culpa. Ninguém queira numa sociedade sã ser “persona non grata”, pessoa não grata, mas sim sempre “persona grata”, pessoa grata.
Aonde vais, “Quo vadis”, subentende-se aqui a falta de “Domine”, “Quo vadis, domine?”, “Para onde vais, senhor?”
“In Dúbio pro reo”, na dúvida salva-se o réu.“Referendum”, referendo é a “voz popular”, a voz do povo, em democracia, “vox populi” ou voz do povo.
O lugar mais sagrado do templo era o “Sanctus Sanctorum”, nasceu no judaísmo e hoje ainda lhe chamamos a Capela-Mor, o local onde está o sacrário e “sic et nunc”, o sim e o não, os prós e contras ou o “sine die”, sem dia marcado, sem data fixa. “Vinum laetificat cor homini”, o vinho alegra o coração do homem. É uma expressão inspirada num dos livros bíblicos e a sua compreensão tem de ser contextualizada. “Cogito ergo sum”, penso logo existo, correspondente a um ponto de partida do sistema filosófico de Descartes: Duvido de tudo, mas ao duvidar estou a pensar; penso então existo, afirmava o filósofo. “Corpus delicti”, o corpo do delito, o mesmo que a arma do crime depois da conclusão das pesquisas, a síntese. “Curriculum vitae” resumo pessoal é ainda a mais actualizada, mas, às vezes, aparece apenas “currículo”; uma prova da falta de conhecimento da origem de uma língua portuguesa vinda do latim e o “pro labore” como significado trabalhar de graça, pelas almas, apenas pelo prazer do trabalho.
O latim não se estuda e depois muda-se com facilidade o “modus vivendi” que é outra expressão para significar o modo de vida, de estar na vida com a sua cultura, etc, etc... ou o “modus faciendi”, significando o modo de fazer. “De facto” é expressão jurídica para significar acto consumado ou “de iure” (de direito) para significar que este acto consumado está coberto pelo direito (de iure), é oposto a “de facto”.
“Deficit” significa falta. Ninguém gosta dos saldos negativos, resultados líquidos do exercício de qualquer gerência. O “deficit” também pode significar falta moral, ou mental. “Deo gratias”, graças a Deus, expressão litúrgica, mas também aplicada na vida real como expressão de louvor, de glória, de satisfação. “Dics irae”, eis o dia da ira, isto é o juízo final.
“Magister dixit”, o professor, o mestre disse, está dito. Era a forma de imprimir autoridade do professor ou mestre. “Dura lex sed lex” – lei dura mas é lei. Uma máxima que recorda que apenas há que se sujeitar e acabou-se.
“Ecce homo” – Eis o Homem, referindo-se a Cristo na frente de Pilatos. “Errare humanum est”, é humano errar, o homem é falível e só o divino é infalível. “Ecce abrupto”, isto é, de repente, de improviso, brusco e “ex-catedra”, desde a cátedra, a cadeira de S. Pedro de Roma, falar com autoridade é o máximo do poder. “Exit” o mesmo que saída. “Ex voto” cumprimento de uma promessa, isto é, por voto, desde o voto, o desfazer-se de um compromisso. “Extra muros” – S. Paulo “extra muros” é a basílica em Roma fora das muralhas de defesa da cidade antiga. Aida se usa o “portas a dentro” e “fora das portas”. É uma expressão muito usada para limites das propriedades “dentro de muros” ou “fora de muros”. “Fiat lux” – faça-se luz de origem bíblica. Fiat lux é expressão usada com facilidades em algo descoberto ou a descobrir. “Grosso modo”, isto é, não muito preciso, algo vago, global, média estatística. “Habeas corpus” exige-se a presença do corpo, do réu ou do queixoso para que se proteja o incriminado e evitar prisão arbitrária. “Hic et nunc”, aqui e agora. Neste momento e neste lugar temos que resolver a questão, não há tempo a esperar, nem outro lugar que procurar. “Honoris causa” é uma expressão para títulos académicos em sinal de homenagem a alguém, às vezes, é um doutorado fictício. “Imperium” é o mesmo que potencia, poder. “In abstracto” em abstracto, não em concreto “in concreto”, ou “in articulo mortis” (à hora da morte), “in extremis” podem ser feitas várias coisas sem processos que, normalmente, são legais, ou melhor, dispensa da lei. “In extenso”, por extenso há que escrever, não abreviado. “In hoc signo vinces”, com este sinal vencerás, esta expressão vem desde o Imperador Constantino que deu a liberdade aos cristãos.
“Status quo” muito fluente de Vasco Gonçalves, “statu qú...u”, voltar ao estado inicial, à situação anterior, “in stricto sensu”, no sentido estrito. Isto é tudo “sui generis”, isto é, muito especial, uma situação própria, singular e própria do género. O Papa fala da cidade de Roma para o mundo inteiro: “urbi et orbi”, isto é, da cidade para o Mundo, o Universo.
Dá, mas com reserva de “usus fructus”, de uso do fruto, isto é, será o usufrutuário até à morte. Um “Vade vecum” é um conjunto de regras ou principais indicações que nos acompanha para usarmos quando necessário, como o meu delegado ou bastante procurador é um “alter ego”, outro eu. “Per capita” por cabeça, por cada pessoa ou indivíduo.
“Sic transit gloria mundi” assim passa a glória do mundo. A.C.
Sem comentários:
Enviar um comentário