A Igreja e o Estado
O Estado confessional ou aconfessional, no meu caso um Estado laico nunca pode excluir as crenças religiosas dos cidadãos e sobretudo com quem tem acordos, como a Concordata entre a Igreja Católica e a Santa Sé.
O nosso Cardeal afirmou que o Estado convive mal com a Igreja e o nosso Ministro dos Negócios Estrangeiros terá dito que a Igreja é que não sabe conviver com o Estado, num contexto e locais diferentes.
A Igreja Portuguesa é capaz de conviver mal com o Estado, pois perante a indefinição de problemas existentes e outros que se levantam não é fácil à Igreja conviver com clareza com um Estado que não respeita as crenças religiosas do seu povo, de um modo particular com a Igreja Católica, maioritária, no país.
Por outro lado o Estado, de facto, é capaz de não conviver com clareza com a Igreja Católica porque sendo ela a detentora da grande percentagem de respostas sociais na nação, embora com acordos de cooperação feitos com princípios e critérios que, por vezes, ficam àquem do que é justo para quem, por justiça, devia de o fazer.
O Estado se não responde justamente aos problemas sociais até devia ser mais grato a quem o faz; seja quem for, com menos dinheiro e com mais eficácia, seja de cariz católico, cristão ou outra fé. O Estado é laico, mas tem ao menos dever de não alhear-se da fé dos seus compatriotas.
Se o Estado convive mal com a Igreja por alguma coisa é, e se a Igreja convive mal com o Estado é porque naturalmente existem problemas éticos que se escondem ou não se respeitam. Será o caso? Parece-me que se há razão para um Cardeal dizer o que disse, o fez na altura própria e que é natural que a Igreja tenha razões para estar descontente com o mau ambiente dialogante ou irónico em que o Estado convive com as religiões.
Um Estado Laico não pode ser contra a inclinação religiosa dos seus membros, mas respeitá-los e se, colaboram materialmente na resolução de problemas sociais devidos ao Estado, este ou os intervenientes devem conviver e dialogar com lealdade, respeito, clareza e justiça. C.
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