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segunda-feira, 1 de junho de 2009

Júlio Vinagre apicultor

Um apicultor Foto

Júlio Vinagre Freire, mais conhecido pelo “Vinagre”, nasceu em 10 de Fevereiro de 1934, na freguesia de Santiago de Guarda, Ancião, Leiria, Beira Litoral.
Desde que tirou a “licenciatura de 4ª classe”, na sua terra, começou a trabalhar. Aliás, começou a trabalhar aos 4 ou 5 anos, ou seja, faziam-no levantar cedo para ir ajudar a guardar as ovelhas, com uma empregada que seus pais tinham. Trabalhou em tudo o que se fazia na agricultura, seguindo a arte dos seus pais, lavradores. Seu pai, José Freire, esteve na guerra de 14 a 18 e a sua mãe era, Emília Vinagre, 15 anos mais nova que o pai.
Seus pais tiveram 10 filhos, mas só 7 vingaram, dos quais 3 estão vivos e os outros faleceram, dois solteiros e sem geração, o mais novo, o Delfim, morreu ao serviço da nação, em Angola, de doença tropical apanhada na Guerra Colonial.
O senhor Vinagre foi tropa na Marinha, onde andou 8 anos contrariado, pois enjoava e não vencia essa moléstia e porque não conseguia fazer a vida no mar, fez vários cursos em Vila Franca de Xira, sendo graduado como Primeiro Grau. Recebeu um prémio de uma viagem que fez ao Brasil e acompanhou o Craveiro Lopes de Baía até ao Rio de Janeiro.
Regressado, matriculou-se numa escola dos Anjos e foi trabalhar no Ministério da Marinha, pedindo para ficar em terra para acabar o 7º ano antigo, hoje 12º ano. A sua vontade era ser economista, só que não conseguiu. Deixou de ser militar e passou ao quadro do pessoal civil da Marinha. Trabalhava em Lisboa, onde conheceu a Josefa, algarvia, de Monchique.
Em 1965 veio para Viana do Castelo, onde chegou de comboio no dia 23 de Março de 1965, ainda solteiro. Até que casou com a Josefa Gonçalves Duarte, que lhe deu dois filhos: o Rui Freire, engenheiro, com o MBA, que trabalha na Amorim, casado e com um filho, e a Cristina, socióloga na Santa Casa da Misericórdia.
Reformou-se como Oficial Administrativo principal porque abdicou de ser Chefe de Secção.
Em 1980 começou a dedicar-se à apicultura e teve colmeias em Argela, France, S. Martinho de Coura, para além de muitos outros locais onde passava os seus tempos livres e os fins de semana. Eram as suas quintas e convivia com as abelhas como de irmãs se tratassem, ao ponto de saber as suas doenças, os seus tratamentos até colher mais de uma tonelada de mel.
Sozinho, lá ia ele para as “amigas” abelhas. Um dia visitei um dos seus colmeais e observei como ele as trabalhava e com elas “falava”.
Agora deixou esse trabalho e entregou a um amigo apenas com o compromisso de não deixar morrer as abelhas, sentindo ainda hoje, apenas no seu coração, a saudade das “abelhinhas”.
Foi o que fez de melhor depois de fazer angioplastias e outros achaques que o limitaram bastante, vivendo resignado, mas sempre a pensar que “ao seu lado podem andar outros conhecidos, ou não, com mais razões para se queixarem”.
A companhia de sua esposa, filhos e amigos, ajudam-no a superar e a criar uma esperança e uma fé para agarrar a vida sempre de cabeça levantada.

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