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sábado, 20 de junho de 2009

Honra e Mérito


Honra e Mérito
Maria Joaquina de Barros, nasceu em Gaifar, Ponte de Lima, em 24 de Fevereiro de 1915. não andou na escola, pois seu pai José Alves de Barros faleceu muito cedo deixando a Maria de Abreu, no estado de viúva e com muitos encargos, pois tinham comprado uma quinta e, clandestinamente, foi trabalhar para a França para pagar a metade da mesma que ainda faltava. Não foi para fugir à guerra, mas apenas trabalhar nos Caminhos de Ferro e arranjar aquilo que aqui não conseguia para ser senhor da referida quinta e alimentar os quatro filhos: a Teresa que faleceu solteira; a Maria Joaquina, o Adelino e o Francisco todos muito crianças. O projecto da família teve um percalço fatal, pois o José morreu entalado entre duas carruagens.
A viúva teve de reforçar esforços para vencer todas as dificuldades e a Maria Joaquina, com 7 anos, foi servir para Vila Verde, onde ia fazendo o que lhe pediam a tomar conta de crianças e, aos 14 anos, veio para Subportela, a ganhar 50.00 escudos por ano (25cêntimos), com cama, roupa e alimentação. Fome nunca passou. Veio depois para Viana para a Casa do Dr. Ramos e para a Casa do Penalva que era um senhor que trabalhava na Companhia de Petróleos.
Tinha 27 anos e teve muitos pretendentes, mas nunca pensava em casar porque era pobre e, nessa idade, lá se enamorou de Manuel Rodrigues Lopes, da Abelheira, de quem teve a filha Rosa de Barros Lopes.
A sua filha casou com Eduardo Fernandes Rodrigues, dos Paulos da Abelheira. Filha e genro deram-lhe dois netos: a Isabel, formada em matemáticas e professora, ex-vicentina da Paróquia e casada com Paulo Matos Montes, filho de Lino Castor Montes, falecido há um ano, neto do Montes que já aqui abordamos e que possuía uma cavalariça à rua da Gramática entroncando naquela avenida que já teve o nome de Avenida das Laranjeiras. Aí recolhia cavalos que puxavam as Charretes ou as carroças que aí estacionavam nos dias de feira. Também o Montes fazia carreiras deste tipo de transporte para Ponte de Lima, na cidade e arredores; o Eduardo Manuel Rodrigues, funcionário público, muito humano, bom marido e pai solidário e um grande pintor vianense que ainda não foi lembrado, mesmo depois de ter falecido, muito jovem, por doença, deixando viúva a Rosa Marques Balinha (como também deixou um filho órfão – o Guilherme). A Rosa é também funcionária pública e de família de bom nome dos antigos da Abelheira, como o dos Paulos.
O seu genro é dos Paulos.
A mãe casou segunda vez e teve dois irmãos: o José Maria e o Manuel Maria. Todos os irmãos, à excepção de Teresa, casaram e deixaram geração.
Não gosta de muitas folias, mas gosta de trabalhar. Passou por tudo, trabalhou no Campo e em casa. Do que mais gosta de fazer é cozinhar. Tem muito gosto nisso e sente-se orgulhosa porque tem uma neta que lhe segue os passos, ultrapassa-a, diz ela.
Quando o marido foi festeiro da Senhora das Necessidades, trabalhou muito a fazer os pitéus para vender junto à Capela, aí pelos anos de 1959. Eram colegas o António Gaivota e outros que não lembra. Como tesoureiro da festa, e com o medo de que fosse desfeitado, juntava o dinheiro e era enterrado no quintal em local bem acautelado.
Agora a Maria Joaquina é uma mulher muito feliz com os seus 94 anos que bem enganam quantos com ela conversarem, alegria algo contida, pelo desgosto da doença do neto e a sua perda, mas muito pronta a falar e muito bem lúcida. Sabe bem o que quer e gosta de aconselhar e viver a vida. Se a deixasse ainda dava as ordens todas, mas sempre lhe aproveitam os conselhos e assim vai revivendo na memória dos seus costumes, tradições e aberta à modernidade, embora não aceite muita das coisas que não compreende como se tenha chegado a tanto…Só usa a televisão para alguns programas, mas o que não esquece nunca, são os programas religiosos, como por exemplo, a missa ao Domingo.


Acrescento uma correcção que me passou e ficou apenas no apontamento:
A D. Maria Joaquina teve mais uma irmã de nome Rosa( trabalhou enquanto jovem no Dr. Coelho de onde casou com um Correia, de Serreleis, tendo ido viver para Lisboa),já falecida, casada deixou uma filha, a Rosa Maria que por sua vez tem uma filha, a Rita licenciada em Psicologia.

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito obrigado Padre Coutinho, a minha família fica-lhe reconhecida por esta pequena homenagem à mulher (alicerce) cá de casa, a minha avó.
Caso possa, há apenas um pormenor que poderia ser corrigido, a minha avó tinha mais uma irmã, a Rosa( trabalhou enquanto jovem no Dr. Coelho de onde casou com um Correia de Serreileis, tendo ido viver para Lisboa),já falecida, casada deixou uma filha, a Rosa Maria que por sua vez tem uma filha, a Rita licenciada em Psicologia.
Isabel Rodrigues